Diz-se que este ano não haverá os festivais Alkantara e Cumplicidades – veremos quem sentirá a sua falta – mas teremos em Guimarães o GUIdance, e no Teatro Municipal São Luis, mais uma Capital Ibero-Americana de Cultura.
Só será entre 15 e 24 de Setembro que a uruguaia Tamara Cubas apresentará no Teatro São Luiz as suas reapropriações de Vestígios (obra de 2010), e depois virão peças de Marta Soares, Marcelo Evelin e Lia Rodrigues (Pororoca de 2009, já dançada na Culturgest) incluídos na Capital Ibero-Americana de Cultura. Logo de seguida, a 29 e 30 de Setembro, Evelin apresenta-se no Teatro Maria Matos com a sua nova criação, Dança Doente, inspirada no universo do coreógrafo e bailarino japonês Hijkata Tatsumi, um dos fundadores butô, “a dança da completa escuridão”. Nesse mesmo teatro a dança será também protagonizada por Tânia Carvalho (um trio, Glimpse – 5 Room Puzzle a 26 a 28 de Janeiro) e Luís Guerra (A tundra, a 7 de Fevereiro).
Entre 23 de Fevereiro e 4 de Março no Teatro Camões (Lisboa), e a 9 de Março no Rivoli (Porto), a Companhia Nacional de Bailado (CNB) apresenta o bailado iTMOi – In the Mind of Igor, do britânico Akram Khan, com música de Igor Stravinski. Em Novembro a CNB apresentará dois solos num dos últimos programas: Chaconne, do mexicano José Limón, e uma nova criação de Israel Galván, para o bailarino principal da companhia (também espanhol) Carlos Pinillos.
Já Olga Roriz estreará Síndrome no São Luiz (30 de Junho e 2 de Julho) – o espectáculo que vai começar onde acabou a sua última peça, Antes que matem os elefantes. O primeiro trimestre do ano trará ainda La Nuit Tous les Chats Sont Gris, de Laurence Yadi e Nicolas Cantillon, que no Rivoli (17 de Fevereiro) e na Culturgest (24 e 25) fará da Companhia Instável veículo para uma dança quase na penumbra, recebendo ainda a sala lisboeta a 21 e 22 de Janeiro o espectáculo juvenil de Tiago Cadete Pangeia, e a 3 e 4 de Março Coniunctio, de Pedro Ramos, dueto baseado na operação alquímica que ao juntar dois elementos cria um terceiro.
No Centro Cultural de Belém, a 20 e 21 de Janeiro, Clara Andermatt junta-se a dois compositores para colocar em palco Suspensão. A 22 e 23 de Fevereiro será Anne Teresa de Keersmaeker a apresentar Rain, enquanto no final do ano Sasha Waltz trará uma nova criação e Alexander Vantournhout apresentará a sua deturpada autobiografia em Aneckxander.
A sétima edição do GUIdance (na terra de Victor Hugo Pontes) trará um total de quatro estreias nacionais e duas estreias absolutas, com destaque para o espectáculo de abertura, Conceal / Reveal, do britânico Russell Maliphant (2 de Fevereiro), concebido como celebração dos 20 anos de colaboração entre o coreógrafo e o designer de luz Michael Hulls. Em estreia estarão também Adorabilis (4 de Fevereiro) de Jonas Runa e Lander Patrick, o solo de Tânia Carvalho Captado pela Intuição (4), This Is Concrete (10), uma “viagem longa, entorpecida e sexual” entre dois corpos criada pelo regressado Jefta van Dinther, A Importância de Ser (Des)necessário (11), de António Torres e Ana Jezabel, e o amor segundo Wim Vanderkeybus em Speak Low if You Speak Love (11) – que passa nos dias seguintes por Viseu, Coimbra e Almada.
Em segunda edição, os Dias da Dança voltam ao Porto, Matosinhos e Gaia entre 27 de Abril e 13 de Maio. O citado festival receberá a última criação (BiT) da francesa Maguy Marin, Alain Platel apresentará um lied de Mahler em Nicht Schlafen e Cláudia Dias mostrará Terça-Feira (na companhia do clown Luca Bellezze) e a estreia em Portugal do coreógrafo italiano Michele Rizzo. Pelos Dias da Dança passará igualmente Celui qui Tombe, que rumará em seguida ao FIMFA, no São Luiz (Lisboa). A peça de Yoann Bourgeois coloca seis intérpretes que tentam equilibrar-se todo o tempo sobre uma plataforma suspensa.
E outras obras, certamente, farão o cartaz de 2017!
M.C.