O “MUSEO” DE CRISTINA HOYOS !

O “MUSEO” DE CRISTINA HOYOS !

Carmen está dançando

Pelas ruas de Sevilha

Tem cabelos brancos

E brilhantes as pupilas

Meninas! Desçam as cortinas

Federico Garcia Lorca

Fundado em 2008, o Museu da Dança Flamenca (MDF), é o primeiro e único no mundo que “ensina e faz sentir a alma e as raízes da Andaluzia, da sua identidade e do seu património”.

Situado na zona da Giralda (catedral de Sevilha) no coração da cidade do Guadalquivir, o MDF é, ao mesmo tempo, uma obra da conhecida bailarina Cristina Hoyos e uma homenagem à sua carreira e arte. Trata-se de uma instituição privada que se divide por três espaços principais: um piso térreo com um pátio onde se instalou um pequeno tablao com uma capacidade de uma centena de espectadores, uma zona com uma área interactiva e um “corredor” com “memorabilia” de artistas de gabarito no primeiro piso e um segundo andar todo ele constituído por uma galeria de arte e escritórios. Junto da entrada do edifício do século XVII, do número 3 da Rua Manuel Rojas Marcos, existe ainda uma loja com artigos relacionados com o flamenco, para além de dois estúdios onde se ensina esta arte.

Com uma área aproximada de 1500 metros quadrados o MDF tem uma programação regular nos fins da tarde com artistas profissionais, de música, “cante” e “baile”., intitulada “Momentos Flamencos”. Embora o aspecto económico não deixe de ser relevante, é filosofia do museu mostrar ao vivo a arte do flamenco para quem visita o museu. É, pois, a mais viva de todas as manifestações artísticas que um museu ligado ao espectáculo pode oferecer… o próprio espectáculo com artistas generosos e despidos de quaisquer artifícios. Como é apanágio do baile flamenco.

Para muitos a pequena sala em que exibem fatos, peças pessoais, móveis e adereços de alguns dos mais conhecidos artistas da arte flamenca evocando um amplo camarim de génios e os seus périplos por terras estrangeiras, é a que mais lembra um museu tradicional. Por oposição o chamado “museu interactivo” fornece toda a informação necessária para se compreender melhor o flamenco a nível técnico. Também se pode encontrar explicações detalhadas sobre os estilos (palos) do “baile de festa”: bulerías, tangos, alegrias e sevilhanas; e do “baile de de exibição”: seguriyas, soleá, farruca, garrotín e petenera. Sobre as escolas sevilhana, madrilena, granadina e jerezana (de Jerez de la Frontera), bem como notas biográficas dos grandes mestres e imagens gravadas de interpretações lendárias.

Resta acrescentar que o MBF também lecciona aulas particulares de flamenco de está aberto diariamente das 10h00 às 19h00.

 

Published by Antonio Laginha

Autoria e redação

António Laginha, editor e autor da maioria dos textos da RD, escreve como aprendeu antes do pretenso Acordo Ortográfico de 1990, o qual não foi ratificado por todos os países de língua portuguesa.

error: Content is protected !!