Uma das últimas "anedotas" da dança portuguesa a que a imprensa deu espaço foi o comunicado de José Manuel Oliveira, o "resistente" director da Companhia de Dança de Lisboa (CDL), para a Agência Lusa.
Nele se informam os interessados, e crê-se que serão muito poucos, de que a sede da CDL "pode ser transferida para a Galiza – eventualmente para a cidade de Vigo – se a Câmara Municipal de Lisboa não permitir o regresso (do que resta da companhia) ao Palácio dos Marqueses de Tancos".
Oliveira afirmou ainda que "a CDL não tem fronteiras".
Quem conhece a trajectória deste agrupamento, as suas cambalhotas artísticas e todas as vicissitudes por que passou, sabe bem que tudo isto não passa de um delírio já que a CDL, há muito que não existe. Para uma companhia existir tem que ter, primeiramente, bailarinos. Um putativo director, não faz uma companhia. E há muito que a CDL não passa de uma mera teimosia! Para além de não ter espectáculos visíveis a sua expressão no tecido artístico é, praticamente, nula. Nos últimos anos, sem coreógrafos e com bailarinos estrangeiros contratados às cegas na Internet, o grupo acabou por definhar. A expulsão forçada da sua sede, pelos serviços da CML com escândalo e violência à mistura, apenas acelerou o fim de um grupo, com o qual, em tempos, trabalharam alguns artistas de mérito.
Depois do ex-director do Teatro de S. Carlos, Paolo Pinamonti, ter rumado à Galiza parece agora que Oliveira adoptou a mesma estratégia… mas, tanto quanto parece, apenas na sua cabeça!