Quatro dias após completar 68 anos o mestre de butô, Ko Murobushi, morreu repentinamente no aeroporto de Munique, no dia 18 de Junho. Tudo leva a crer que foi um ataque de coração (pois sofria de pressão arterial alta) que vitimou um dos mais altos expoentes daquele género coreográfico na actualidade.
Segundo fontes próximas do artista, Murobushi ter-se-á sentido mal em Munique quando fazia escala entre o Brasil e a Áustria. Ele tinha-se apresentado em São Paulo (no SESC Ipiranga) nos dias 6 e 7 de Junho e, de seguida, no Rio de Janeiro, num festival internacional com “Faux Pas” e “Dança Entusiástica sobre o Túmulo” para oito bailarinos (dois japonese e cinco convidados brasileiros) e ele próprio.
Em Viena estava a trabalhar num novo projecto, que tinha começado em Fevereiro em Paris, com 14 bailarinos de diversas nacionalidades inspirado e em homenagem ao mito da dança clássica Vaslav Nijinski (1889-1950), que afirmava ser uma das suas fontes de inspiração.
“O movimento da dança física não significa apenas mover ou mexer o corpo. O físico pode ser incorporado num estado de mobilidade e de silêncio. Creio que para chegar à sua origem isso implica um processo de experimentação constante e contínuo”, afirmou em Novembro de 2011 ao crítico de dança japonês, Tatsuro Ishii. A um jornal do Brasil, afirmou recentemente: não sei se o público vai entender as minhas ideias ou odiar o que for ver. Porque as pessoas esperam da dança harmonia, ‘timing’, e isso eu não faço. Quero algo novo, algo de estranho”.
Cena do último espectáculo de butô de Ko Murobushi, no Brasil, “Dança Entusiástica sobre o Túmulo”.