Foi com a peça "Polígono", criada pelo italiano Alessio Silvestrin (em colaboração dos coreógrafos brasileiros Ricardo Scheir e Maurício de Oliveira) que se estreou em São Paulo, no início de Setembro no Teatro Sérgio Cardoso, a mais recente companhia de dança brasileira.
Criada pelo governo do estado no início de 2008, sob os auspícios do Secretário do Estado da Cultura, o economista João Sayad, a São Paulo Companhia de Dança (SPCD) tem como missão abranger um amplo repertório coreográfico que vai do século XIX ao XXI, para além de obras originais, complementando a oferta do Balé da Cidade, vocacionado para trabalhos essencialmente contemporâneos.
Através da SPCD pretende-se que o público paulista “tenha acesso à cultura da dança por meio de espetáculos, programas educativos e de memória e registo”. O governo estadual disponibilizou nada menos que 13 milhões de reais para os primeiros doze meses de uma companhia com 40 artistas que foram audicionados em cinco regiões do Brasil e na Argentina (Buenos Aires).
Da mesma forma que a Orquestra Sinfónica do Estado de São Paulo se tornou uma referência em matéria de música clássica no cenário nacional, a nova companhia de dança pretende influir decisivamente no panorama brasileiro, estabelecendo um padrão de excelência.
A companhia é dirigida por Iracity Cardoso, antiga directora artística do Ballet Gulbenkian e tem como directora adjunta, a crítica Inês Bogéa.
Inspirado na "Oferenda Musical", de Johann Sebastian Bach, "Polígono" que “traduz em movimentos a estrutura da música”, não terá deixado muito impressionada nem a crítica nem os espectadores que, agora, esperam um programa “mais clássico” para verificar como se irão comportar os belíssimos bailarinos da SPCD numa obra seminal do século passado, “Serenade”, do russo-americano George Balanchine.