TRÊS DÉCADAS DE DANÇA EM MONTPELLIER

Desde a sua fundação, em Julho de 1981, que o Festival de Dança de Montpellier tem alicerçado a sua vocação de difundir a dança contemporânea e assegurado uma inquestionável qualidade e reputação ao longo de 30 edições.Sob a direcção de Dominique Bagouet, que se instalou na cidade para aí criar um centro coreográfico regional para prosseguir uma vigorosa e bem planeada descentralização da dança apoiada pelo poder público, e depois de Jean-Paul Montanari, o Montpellier Danse tem levado, ano após ano, muitas centenas de espectáculos e eventos, bem como profissionais de gabarito, à região do Languedoc-Roussillon.
Desde 1996 que, para além dos acontecimentos estivais o festival organiza também uma coerente e bem planeada temporada de Inverno, em edifícios de elevada qualidade como é a Agora, a cidade internacional da dança, e o Centro Coreográfico Nacional do Convento das Ursulinas, actualmente dirigido por Mathilde Monnier.
Não só nomes como Maurice Béjart e Merce Cunningham, cujas companhias atraíram milhares de espectadores num só espectáculo, como Trisha Brown e Bill T Jones e companhias como a Batsheva, o Nederland Dans Theater, Rosas, Ballet de Frankfurt, Sankaï Juku, Sasha Waltz, Jan Fabre, Saburo Teshigawara e outras, para além de artistas franceses como Diverrès, Montet, Chopinot, Larrieu, Decouflé, Bouvier-Obadia, Marin, Gallotta, Bel, Charmatz e Huyn, têm passado pelo festival de Montanari.Montpellier Danse tem, desde sempre, acompanhado a novidade e os impulsos artísticos e questionado tendências estéticas, mas nunca pondo em causa a sua bandeira de todas as modernidades.
Uma espécie de “Avignon da dança”, o certame de Montpellier tem vindo a afirmar a sua identidade baseada na incorporação e absorção de estéticas muito diversas e percursos alternativos e aventureiros, seguidos de perto, por debates de forte componente intelectual e estética naquela que é hoje a era da mundialização.
 

Published by Antonio Laginha

Autoria e redação

António Laginha, editor e autor da maioria dos textos da RD, escreve como aprendeu antes do pretenso Acordo Ortográfico de 1990, o qual não foi ratificado por todos os países de língua portuguesa.

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