FILME: OS FILHOS DE ISADORA

FILME: OS FILHOS DE ISADORA

A película, OS FILHOS DE ISADORA, de Damien Manivel, com Agathe Bonitzer, Manon Carpentier, Marika Rizzi e Elsa Wolliaston (França, Coreia do Sul, 2019, 84 min) vai, finalmente, entrar no circuito comercial em Portugal.

Não se remetendo para a dramática história da conhecida bailarina norte-americana, desde logo, realizador e bailarinas propõem uma “interpretação” livre de um episódio a que elas se colam para a câmara.

Sinopse
Após a morte dos seus dois filhos em Abril de 1913, a consagrada bailarina Isadora Duncan criou um solo de despedida ao qual deu o título “Mother” e no qual, num momento de extrema ternura, uma mulher embala o filho pela última vez antes de deixá-lo partir. Um século depois, quatro mulheres com passados, identidades e idades diferentes encontram-se com esta peça de dança consternadora.
Dividido em três partes, Os Filhos de’Isadora é uma ode ao amor e à apreciação do belo.

«Les enfants d’Isadora é o filme mais pessoal de Manivel porque é aquele que se debruça mais directamente sobre a arte por onde o realizador começou: a dança.

“Fui bailarino, e de certo modo foi a dança que me levou ao cinema,” afirmou Manivel em entrevista. “E desde que comecei a filmar, em 2006, que tenho vontade de fazer um filme sobre a dança. Precisei deste tempo todo para descobrir uma maneira de falar de algo que me é tão próximo, que deixou tantas memórias e tantos gestos dentro de mim. Era preciso que eu amadurecesse.”
Embora todos os seus filmes sejam “atravessados” pela dança, é Les enfants d’Isadora que torna essa ligação explícita: o seu ponto de partida é A Mãe, um solo criado em 1913 pela lendária bailarina Isadora Duncan após a tragédia da perda dos seus dois filhos. Manivel acompanha o modo como quatro mulheres lhe respondem: uma bailarina em ensaios (a actriz profissional Agathe Bonitzer); uma bailarina com trissomia 21 que prepara a sua representação com uma coreógrafa (a bailarina Manon Carpentier e a coreógrafa Marika Rizzi); e uma espectadora de uma das representações (a bailarina e coreógrafa Elsa Wolliaston).»

Jorge Mourinha, Público

«Com um efeito de espelho, o cinema dá a ver um espectáculo ao vivo. “Os Filhos de Isadora” capta a essência do movimento, aquele instante decisivo onde, na obscuridade, o acto de criação cria uma tectónica de placas mental.»
Clarisse Fabre, Le Monde ★★★★★

«Nem ficção, nem documentário, nem espectáculo filmado, mas sim um filme-atelier. É o que nos propõe Damiel Manivel. Gestos que exprimem a dilaceração e o vazio, que passam por diferentes corpos, preenchendo-se de emoção.»
Frédéric Strauss, Télérama ★★★★

«É uma filosofia da dança que raramente vemos nos écrans, mais ocupados quando surge a ocasião de celebrar o rol de façanhas dos atletas do que a descobrir na vulgaridade dos corpos e na híper-banalidade dos décors […] a paciente fábrica das emoções.»
Ève Beauvallet, Libération ★★★★★

Ao colocar em cena três personagens que se confrontam com um solo composto por Isadora Duncan em homenagem aos seus dois filhos que morreram, Damien Manivel consegue, com pudor e sensibilidade, fazer-nos experimentar o modo como um corpo, pouco a pouco, se deixa afectar pela história que está encarregado de contar.
Jean-Christophe Ferrari, Transfuge ★★★★

Positif ★★★★★
La Croix ★★★★★
Les Inrockuptibles ★★★★
Le Figaro ★★★★
Le Journal du Dimanche ★★★★
aVoir-aLire ★★★★
Cinéma News ★★★★

Festivais e prémios
Festival de Locarno: Leopardo para Melhor Realização / Competição Internacional Oficial
Festival de Cinema de San Sebastián: Menção Especial na Secção Competitiva The Zabaltegi -Tabakalera Award

Damien Manivel começou a sua carreira artística como bailarino contemporâneo antes de se dedicar ao cinema. Após ter estudado no centro Le Fresnoy, realizou várias curtas premiadas, incluindo La Dame au chien, vencedora do Prémio Jean Vigo em 2010, e Un dimanche matin, selecionada em 2012 para a Semaine de la Critique em Cannes. Estreou-se nas longas-metragens com o filme Un jeune Poète, em 2015, que foi apresentado em vários festivais internacionais, merecendo uma menção especial no festival de Locarno. A sua segunda longa-metragem, Le Parc, foi apresentada no Cannes ACID 2016 (Associação de Difusão de Cinema Independente) e, no ano seguinte, a sua terceira longa-metragem Takara – La nuit où j’ai nagé esteve em Competição na secção Orizzonti no festival de Veneza. O seu mais recente filme, Les Enfants d’Isadora / Os Filhos de Isadora, trouxe a Manivel o prémio de Melhor Realizador no festival de Locarno e uma menção honrosa no festival de San Sebastián.
Foi convidado da 13ª edição do LEFFEST, que organizou uma retrospectiva dos seus filmes.

Trailer:        https://vimeo.com/381687031

Published by Antonio Laginha

Autoria e redação

António Laginha, editor e autor da maioria dos textos da RD, escreve como aprendeu antes do pretenso Acordo Ortográfico de 1990, o qual não foi ratificado por todos os países de língua portuguesa.

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