Exceptuando as cidades de Lisboa e Porto, respectivamente a capital do país e a chamada capital do Norte, a cidade de Leiria é a que tem mais escolas de dança em funcionamento. Curiosamente o Porto tem maior mercado em termos de instituições privadas de ensino de dança mas é de Lisboa que sempre tem saído o maior número de profissionais.
Devido à natureza da actividade (e também a um certo efeito de “ moda”) todos os anos aparecem novas e acredita-se que também desapareçam algumas, sobretudo as de menor expressão e dimensão.
De acordo com uma estimativa do jornal “Região de Leiria” – que há cerca de três anos publicou um artigo “especial” sobre o tema – havia, então, mais de duas dezenas de escolas na região. E na própria cidade contabilizaram-se 14, entre escolas, academias e outro tipo de locais em que se ofereciam aulas de dança. Já, segundo o “Jornal de Leiria”, as principais são a Escola de Dança do Orfeão de Leiria, Escola de Dança Clara Leão, a Staccato, o Studio K, a Escola Diogo de Carvalho e a Annarella – Academia de Ballet e Dança.
É justamente esta última, fundada pela cubana Annarella Sanchez (na foto) que há muitos anos se estabeleceu na cidade, por via de casamento, que tem merecido a atenção de muitos portugueses e estrangeiros.
Não só porque pretende ser uma espécie de conservatório privado internacional mas, sobretudo, pelo número de “crianças-prodígio” que tem produzido nos últimos tempos.
Na verdade, a moda das “baby ballerinas” – três raparigas que se tornaram profissionais no Ballets Russes de Monte Carlo no início da década de 30, respectivamente, Irina Baronova (1919-2008), Tamara Toumanova (1919-1996) e Tatiana Riabouchinska (1917-2000) – parece estar a emergir em Leiria. Ruth Schultz, de 12 anos (filha de uma ex-bailarina e de um engenheiro electrónico) vive nos Estados Unidos e estuda temporariamente em Leiria. Margarita Fernandes é filha da professora Annarella e dança, desde muito pequena, tal como a sua irmã Núria (na primeira foto). Laura Viola, de 12 anos, é filha de um economista e uma advogada e também que ser bailarina profissional como, aliás, as suas colegas. Todas já ganharam bons prémios e continuam a estudar apaixonadamente e com afinco para, no futuro, virem a ser o que todas sonham: bailarinas profissionais.
Mas não só de meninas vivem, em Leira, as escolas de dança. (ver foto acima, no estúdio). Também há três jovens rapazes que se individualizam na Annarella – Academia de Ballet e Dança, os irmãos João (14 anos) e Francisco (12 anos) Gomes e António Casalinho (12 anos). Assim como as suas colegas eles revelaram-se particularmente precoces para a sua idade. Os irmão Gomes são filhos de um carpinteiro e de uma advogada e, naturalmente, após a mãe ter inscrito o mais velho na escola de dança – como actividade extra-curricular – o mais novo decidiu experimentar e nunca mais pôs de lado as sapatilhas!
Casalinho (à esquerda na foto com Francisco Gomes) é filho de um professor de música e de uma agente de seguros e entrou na dança porque algumas amigas andavam a aprender bailado clássico e ele gostou da ideia. De todos os seus colegas é o que tem ideias mais sólidas a longo prazo: primeiro ser artista profissional e, quando não poder mais dançar abrir uma escola de dança.
Todos eles têm conquistado prémios no estrangeiro, designadamente nas meias-finais europeias do Youth American Grand Prix que, este Outono, se realizaram em Paris. O próximo passo (e maior desafio) serão as finais a disputar – de 22 a 29 de Abril, Dia Mundial da Dança- em Nova Iorque, nos Estados Unidos da América.
Neste (crescente) lote de estudantes de dança que têm vindo a ganhar prémios em competições internacionais estão também dois rapazes do Norte, Diogo de Oliveira, de 17 (foto acima) e Frederico Loureiro, de 15, ambos alunos da Escola Domus Dança, no Porto.
Estas são, pois, algumas das estrelas do nosso Natal de 2015…