Lido, Serge (1906-1984). Photographe – Bibliothèque nationale de France, département Arts du spectacle, 4-PHO-29 (33) — http://gallica.bnf.fr/ark:/12148/btv1b53140502h/f1.item
A bailarina e coreógrafa Janine Charrat, nascida em Grenoble a 24 de Julho de 1924, faleceu – com 93 anos – a 29 de Agosto de 2017. Segundo a bailaria Ethery Pagava, Charrat “era uma intérprete prodigiosa e uma coreógrafa inovadora e percursora da dança moderna em França. O seu talento igualava a sua coragem uma vez que depois de te sido fortemente queimada recomeçou a sua actividade, a sua paixão, a sua vida: a dança.” Menina prodígio, Janine foi aos 12 anos (em 1937) a intérprete principal do filme “A Morte do Cisne”, realizado por Jean-Benoît Lévy, no papel de “Rose souris”. Encorajada por Serge Lifar a prosseguir carreira profissional foi a primeira partenaire de Roland Petit com quem manteve um longa ligação artística. Ficou famosa durante a Segunda Guerra mundial, ao lado de Petit, e em 1945 assinou uma das suas obras mais famosas, “Jogo de Cartas”, e a primeira para o Ballet des Champs-Élysées. Janine Charrat obteve um grande êxito com sua primeira coreografia e, ao longo de sua carreira, criou cerca de 50 peças, algumas delas juntamente com o coreógrafo Maurice Béjart. “Adame Miroir”, em 1948, teve a colaboração do escritor Jean Genet. Em 1961, durante a gravação televisiva do bailado “Les Algues”, o seu traje incendiou-se ao passar perto de um candelabro aceso. Então, a bailarina sofreu queimaduras em 70% do corpo e só voltou à dança em 1964, tendo abandonado definitivamente os palcos quatro anos depois. De seguida foi nomeada directora artística do Ballet do Grande Teatro de Genebra, tendo continuado a sua carreira de coreógrafa. Entre as suas obras de sucesso contam-se, “Cressida” (1946), “Abraxas”(1949) e “Les Liens” (1960). A sua carreira desenvolveu-se, principalmente, fora da França, tendo, nos anos 80, voltado ao seu país ao ser nomeada “conselheira de dança” no Centro Georges-Pompidou, em Paris, onde teve um papel importante na divulgação da dança contemporânea francesa e estrangeira.
António Laginha