XV Bienal de Dança de Lyon
De 13 a 30 de Setembro de 2012
Este é um ano de charneira para a Bienal de Dança de Lyon, já que é a sua primeira edição sob a direcção artística da coreógrafa Dominique Hervieu.
Tudo começou em 84 numa espécie de edição zero e sem um tema definido, apresentando-se um conjunto de obras creditadas aos grandes mestres da dança da século vinte (Martha Graham, Merce Cunningham, Paul Taylor, Roland Petit, Reinhild Hoffmann e outros). Dois anos depois a Bienal arranca com uma trilogia consagrada à história da dança, que vai abordar as grandes correntes da dança ocidental.
No ano de 1986, por ocasião do 100º aniversários de Mary Wigman, o festival homenageia o “expressionismo alemão” através de figuras como Kurt Jooss, Suzanne Linke, Gerhard Bohner e outros.
Tudo passou pela cabeça do anterior director da Bienal – e da Casa da Dança de Lyon – Guy Darmet que, em 88, intitulou o certame “Quatro Séculos de Dança em França”. Em 90 o festival foi dedicado aos Estado Unidos da América – “Um Século de Dança nos USA”. Dois anos depois a bienal volta-se para o Oriente em em 92 para a dança de Espanha.
“Mama Africa” é o tema de 94 e o ano em que o Grupo Corpo (de Belo Horizonte – Brasil) faz o seu débout na Europa. A companhia sul-americana “favorita” dos leoneses é cabeça de cartaz em 96 na bienal “Aquarela do Brasil. Nesse mesmo ano Darmet inventa uma grande parada tendo por modelo o Carnaval do Rio de Janeiro. Um sucesso que se mantém até hoje.
Em 1998, homenageia-se a dança da bacia mediterrânica e em 2000 traça-se uma linha entre a França e o Oriente com a bienal da “Rota da Seda”. “Terra Latina” é o tema para a edição de 2002, seguindo-se “Europa” e “Danse la Ville”. No seu 25º aniversário, em 2008, a bienal intitula-se “Retour en Avant” e dois anos depois volta-se para um espectro ainda mais diversificado tendo Darmet posto à prova a sua imaginação ao escolher o título “Encore!”, para o seu último grande festival.
Dominique Hervieu, recebe assim a responsabilidade de continuar um dos mais importantes certames de dança de todo o mundo e, possivelmente, o mais expressivo da Europa, desta vez sem qualquer título que o defina, para além da intrínseca qualidade das suas propostas.